25 grupos participam de formação multidisciplinar para aprimorar seus projetos e terem a oportunidade de receber premiação em dinheiro para colocá-los em prática
Com o objetivo de fomentar o desenvolvimento local da Zona Sul de São Paulo, o aTUAção perifasul está apoiando 25 projetos sociais da região, em atividades que acontecem de 31 de janeiro a 8 de maio. Os grupos participam de workshops formativos e mentorias em que têm a oportunidade de repensar e aprimorar os seus projetos. Ao final do processo, farão uma apresentação de pitch e alguns deles serão premiados com recursos financeiros para tirá-los do papel.
Conexões e Parcerias é um dos pilares de atuação do Instituto Jatobás. Por isso, foi tão importante somar forças com outras três organizações para a realização deste edital. Nossas parceiras nessa empreitada foram a Fundação ABH, Fundação Alphaville e Macambira Sociocultural. Cada etapa está sob a responsabilidade de uma organização, que contribui com o seu expertise específico para desenvolver os grupos.
Entenda como está sendo esse processo até agora e o que ainda está por vir.
Seleção dos grupos: conhecer de perto para escolher com consciência
Tudo começou com a seleção dos grupos por meio de um edital lançado em 2019.
O primeiro critério era o território. Os projetos tinham que ser formados por indivíduos que morem e atuem em sete distritos: Campo Belo, Santo Amaro, Vila Andrade, Campo Limpo, Capão Redondo, Jardim Ângela e Jardim São Luís. Também precisavam ser condizentes com as linhas de apoio do edital, que eram amplas: de ações afirmativas a desenvolvimento socioambiental. Sendo todos temas alinhados aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).
O foco de seleção foi em organizações menores. Foram elegíveis coletivos, movimentos, negócios, associações e fundações sociais, com orçamento anual de até R$ 300 mil.
“Foi legal porque 60% das iniciativas que a gente selecionou ainda não têm um projeto andando. Ou seja, conseguimos pegar um público que geralmente não consegue acessar outros editais.”, explica Marina H. Fay, da Fundação ABH.
Não bastou ler as propostas recebidas. Foi fundamental conhecê-las de perto. Alânia Cerqueira, da Macambira Socioambiental, explica: “A gente fez visitas a essas iniciativas. Foi muito importante saber como e onde elas realmente funcionavam, qual era o seu fazer, o seu propósito”.
EU COMIGO: a importância de estar bem para fazer o bem
Um diferencial do aTUAção perifasul é trabalhar o apoio aos grupos de dentro para fora, partindo das suas motivações pessoais para os projetos e a transformação social almejada.
Assim, o primeiro workshop, que aconteceu de 31 janeiro a 1 de fevereiro, integrou o bloco denominado EU COMIGO e foi liderado pela Fundação Alphaville. Adotando técnicas de Programação Neurolinguística (PNL), seu objetivo era promover nos participantes uma percepção mais profunda sobre eles mesmos.
“Acreditamos que, antes de falar sobre o projeto, é importante que eles tenham o fortalecimento no nível pessoal, que percebam seus potenciais, resgatem sonhos para o território e tenham um alinhamento de propósito. Esse workshop também serviu para gerar uma integração no grupo, para que possam ter uma interação melhor nessa jornada”, explica Diandra Thomaz da Silva, da Fundação Alphaville.
“Eles gostaram desse olhar para si mesmos. Muitas vezes a gente esquece de cuidar de quem cuida. Os projetos não vão continuar funcionando se as pessoas à frente deles não estiverem 100% no seu eixo, na sua melhor forma pessoal, intelectual e emocional”, completa.
EU COM O OUTRO: a empatia como chave entender a dor do próximo
O segundo workshop, que aconteceu de 14 a 15 de fevereiro, inaugurou o bloco EU COM O OUTRO e foi liderado pelo Instituto Jatobás.
Seu tema foi EMPATIA e o objetivo era entender as necessidades, as dores e os problemas dos diferentes públicos envolvidos nos projetos. Usando a metodologia conhecida como Design Thinking, o workshop ajudou a definir melhor e entender mais profundamente os problemas (e suas causas profundas) que cada grupo almeja solucionar e as soluções que pretendem desenvolver. Da atividade, os participantes saíram com um roteiro para realizar entrevistas com o público-alvo. Entrevistas que serão fundamentais para entender se as soluções atendem a uma dor real dos atores interessados.
Renata Safon, do Instituto Jatobás, explica: “Essa fase de empatia é a mais potente do processo. Nela, eles se colocam no lugar do outro e observam, experimentam e entendem pelo que ele passa, quais são os seus problemas e as suas expectativas. É desse olhar para o outro que surge a solução”.
Sobre o resultado, completa: “Esse workshop representou um desafio porque participaram quase 50 pessoas. Mas foi muito satisfatório porque recebemos vários retornos dos grupos dizendo que iriam repensar ou mesmo mudar os seus projetos completamente. Pois agora tinham uma compreensão melhor de como trabalhar os problemas sociais que desejam solucionar. Quando alguém diz que os ajudamos a ter novos insights e a aprimorar o seu projeto, é isso que nos impulsiona a continuar”.
Ivani Tristan, também do Instituto Jatobás, complementa: “As pessoas ficaram muito gratas por ter acesso a esse conhecimento e também pela possibilidade de pensar sobre seus projetos de uma forma estruturada, a partir de uma metodologia. Isso, mais possibilidade de troca de experiências e ideias entre eles mesmos, foi a maior riqueza, proporcionando a possibilidade de olhar para o que se faz entendendo o que se faz”.
Nas próximas semanas, os grupos irão a campo realizar as entrevistas e as suas observações irão embasar o trabalho do terceiro workshop do programa.
IDEAÇÃO: gerando soluções inovadoras
De 13 a 14 de março, acontecerá o terceiro workshop com o tema IDEAÇÃO, que também será liderado pelo Instituto Jatobás.
Os grupos levarão para ele tudo o que aprenderam com as entrevistas realizadas após o workshop anterior. Ou seja, os insights a que chegaram por meio da escuta, da observação e da inferência. A partir deles, trabalharão na geração de uma grande quantidade de possíveis soluções.
Renata explica: “Vamos pedir para eles convidarem mais uma pessoa para participar. Quanto mais gente envolvida no processo, mais rico ele se torna. Isso estimula a geração de novas ideias e soluções, a pensar fora da caixa e usar a imaginação produtivamente”.
“Agora é mais um passo. Não é algo que tenha começo, meio e fim. É um processo em que vamos apoiando os grupos nessa estruturação, na possibilidade de enxergar os projetos de uma forma empática e colaborativa. Agora que eles foram fazer a pesquisa de empatia, ouvindo o seu público-alvo, a riqueza do processo vai continuar”, completa Ivani.
Entre os workshops de empatia e de ideação, foram programados dois momentos de mentoria aos grupos. O primeiro aconteceu em 20 de fevereiro e o segundo acontecerá em 05 de março. São momentos em que o Instituto Jatobás fica disponível para sentar com os grupos, entender as suas dificuldades e ajudá-los.
Próximas atividades
De 24 a 25 de abril, acontecerá o quarto workshop, com o tema INDICADORES, ORÇAMENTO E PITCH, liderado pela Fundação ABH. Em 7 ou 8 de maio, os grupos apresentarão os pitches dos seus projetos, que serão avaliados por uma banca formada por todas as organizações envolvidas, além possíveis investidores e de atores-chave da própria comunidade, que foram indicados pelos grupos participantes durante a inscrição no edital. Assim, metade dos jurados será da própria comunidade. Após essa apresentação, serão selecionados os grupos a serem premiados com recursos financeiros para tirar os seus projetos do papel.
Desejamos sucesso a todos os grupos. Nos encontraremos novamente no próximo workshop!
Entenda melhor as ferramentas adotadas no edital aTUAção perifasul
Os workshops realizados até o momento fizeram uso de ferramentas e conceitos como Programação Neurolinguística, Empatia e Design Thinking. Selecionamos alguns links para que você possa entender melhor o que tudo isso significa.
O que é PNL?
Gustavo Simões explica a abordagem de maneira clara em apenas quatro minutos. Assista abaixo:
Empatia: primeiro passo para a inovação social
Matéria da Rede-Comunidade de Inovação Social explica o conceito em detalhes, incluindo vídeos para você saber mais. Leia aqui.
5 vídeos para entender o Design Thinking e pensar a inovação
O site da Kaleydos, plataforma de investimento e desenvolvimento de soluções e negócios que contribuem com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), selecionou 5 excelentes vídeos que explicam a metodologia. Confira nesse link.