Apesar de ser uma das combinações de palavras mais faladas pelas Organizações da Sociedade Civil (OSCs), a área de captação de recursos é ainda bastante desconhecida no Brasil. Justamente por isso, em agosto, a Rede Comunidade de Inovação Social organizou uma live sobre as principais ferramentas e estratégias de captação de recursos, com a presença de João Paulo Vergueiro, da Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR).
Assista na íntegra ou confira o resumo que preparamos para você ler e reler em qualquer lugar. 😉
1. Não existe fórmula mágica. Captar recursos é muito trabalhoso e depende de gestão e estratégia. Crie uma cultura de captação de recursos: invista tempo, equipe e comunicação.
2. Produza um plano de captação de recursos: mapeie fontes, crie um cronograma e uma estratégia para ir atrás do recurso disponível. Por exemplo, podemos captar com empresas por meio de editais, relacionamento, leis de incentivo fiscal. Com governo, por editais. Com indivíduos, pode captar por crowdfunding, nas ruas, telemarketing, eventos etc.
3. A comunicação é irmã da captação (<3). Boa parte da captação de recurso é um pedido. Se você não pede, as pessoas não vão doar. E a comunicação cumpre esse papel, estando estritamente relacionada estratégia de captação. Canais de comunicação como sites, redes sociais, cartazes, publicidade etc são os meios para que possamos pedir doação, mostrar o que a organização faz, prestar contas, demonstrar transparência.
4. Diversifique as fontes de receita (e por favor, não dependa só de editais!): investimento privado, público, internacional, pessoa física. Sendo que a maior fonte de captação de recursos no mundo vem do indivíduo.
5. Se atenha ao edital. Temos que propor ao financiador aquilo que queremos fazer, mas dentro dos objetivos do edital. Desenvolva um portfólio de projetos que a organização quer fazer e que tenha a ver com a natureza dessa organização: escreva antecipadamente e a medida em que os editais vão saindo, veja se algum deles se enquadra.
6. No caso se coletivos e movimentos não institucionalizados, a captação de recursos com empresas, governo etc fica um pouco mais restrita. Mas uma saída é investir no engajamento de comunidade: nas pessoas que se conectam com o movimento e com a causa que esse movimento leva. Invista em campanhas de financiamento coletivo e em estratégias online.
7. As pessoas doam para causas que são próximas a elas. E a comunicação fica responsável por explicar qual a causa da organização e sensibilizar as pessoas, sobretudo quando são causas que são mais desconhecidas. Exemplo: Desafio do balde de gelo, chamou atenção para uma doença degenerativa (esclerose lateral amiotrófica) que quase ninguém conhecia.
8. Empresas não tem coração. Mas elas são lideradas por pessoas que também se conectam a causas. A tendência de investimento causas e não em projetos. Quando o seu doador acredita na sua causa, ele vai continuar te apoiando mesmo em momentos de crise – o que se torna mais seguro.
9. Foco nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, pois as empresas farão suas ações orientadas pelos ODS. Então alinhar a sua organização aos ODS pode ajudar a alavancar sua captação de recursos.
10. Se prepare anualmente para o Dia de doar: uma grande campanha para promover a cultura de doação no Brasil e no mundo. Um movimento, uma mobilização nacional que promove um país mais generoso e solidário, em especial para com as organizações da sociedade civil.
11. Eram 10, mas fica mais essa dica de brinde. Quer acessar mais conteúdos, oportunidades e ferramentas? Acesse www.captadores.org.br e www.captamos.org.br